quarta-feira, 31 de agosto de 2011

MÉDIUM ESPÍRITA OU MÉDIUM UMBANDISTA? - Divaldo Franco


Há inconveniente em que um médium que participe de sessão mediúnica espírita e que se afirme espírita freqüente trabalhos mediúnicos de Umbanda?

Divaldo - Seria o mesmo que a pessoa atuar num campo de luta (guerra) e, imediatamente, tomar posição noutro, sem o esclarecimento correspondente.
Jesus foi muito claro ao afirmar que a casa dividida rui e que ninguém serve bem a dois senhores. Já é tempo de a pessoa saber o que deseja, dedicando-se àquilo que acha conveniente. O Apocalipse1 fala a respeito das pessoas mornas; assim, é melhor ser frio ou ardente. O morno é alguém que não está com ninguém, mas, sim, com as suas conveniências.

1. João, Apocalipse, capítulo 3º, versículos 15 e 16.


Observação: Divaldo explica que devemos escolher uma religião e a ela ser fiel.  Espiritismo e Umbanda tem trabalhos diferentes. Há uma frase, que não sei de quem é, mas que cabe aqui: "É MELHOR SER UM BOM UMBANDISTA QUE SER UM PÉSSIMO ESPÍRITA." Tem gente que frequenta a casa espírita, mas não busca conhecer o que ela ensina, pede e espera de nós. Divaldo não disse que Espiritismo é melhor que Umbanda; não falou em proibição ou coisa parecida. Apenas pediu que seria melhor escolher uma religião e entregar-se a ela de corpo e alma. Sem aquela coisa morna de um pé lá outro cá que diz: "Sou simpatizante....".  Basta lê o 1º capítulo do livro LOUCURA E OBSESSÃO, de Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo, onde Philomeno narra sua visita à Umbanda.   



terça-feira, 30 de agosto de 2011

ESPIRITISMO É A RELIGIÃO MAIS EM CONSONÂNCIA COM A BÍBLIA - José Reis Chaves


Devemos respeitar todas as religiões, mas convenhamos que, se a ciência materialista não as apoia, das dogmáticas ela tem nojo.

As religiões ocidentais, interpretando literalmente a Bíblia, defendiam no passado o sistema do geocentrismo bíblico de Ptolomeu. E quando a ciência descobriu que o certo era o sistema heliocêntrico de Newton, Copérnico, Kepler e Galileu, criou-se uma séria animosidade entre a ciência e as religiões, tornando-as incompatíveis. Com isso, a ciência acabou migrando para o materialismo. Porém, posteriormente, as religiões cristãs reconheceram seus erros e até passaram a fazer média com a ciência materialista, dando-lhe cobertura em sua descrença de fenômenos espirituais de outras religiões, o que é lamentável.

A doutrina espírita é científica. Kardec enfatizou que, se um dia, houvesse divergência entre um ensino de um espírito da Codificação Espírita e a ciência, que se seguisse a ciência. As outras religiões cristãs ficaram como que enciumadas e passaram a fazer coro com os materialistas nos ataques à religião cristã espírita. Propositalmente, destaco o espiritismo como religião cristã, porque ele o é de fato e porque os outros grupos cristãos passaram a atacá-lo, dizendo que ele não é cristão. Isso porque ele não aceita o dogma dos teólogos do Concílio de Niceia (325), que declarou que Jesus é outro Deus, como se os espíritas fossem os únicos cristãos que não aceitam esse dogma.

Mas o próprio Jesus definiu quem é realmente seguidor Dele ou cristão verdadeiro: "Nisto conhecereis todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros"(João 13:35). O cristão, pois, não se define por crer nesta ou naquela doutrina, mas por vivenciar o amor incondicional, que é a base da mensagem nuclear do evangelho do Mestre dos mestres.
O espiritismo é a religião que mais entende de espíritos e que tem mais autoridade para falar sobre eles. E suas teses têm sido apoiadas pela maior parte dos cientistas espiritualistas, entre eles alguns ganhadores de prêmios Nobel. Todas as universidades brasileiras estão cheias de professores espíritas, inclusive as PUCs. Ademais, que cientista prova que determinada doutrina, não espírita, é verdadeira? E por que as outras religiões cristãs preferem se aliar às teses materialistas em vez das espiritualistas espíritas, engrandecendo e exaltando a matéria com o ensino da falsa, fantasiosa e antibíblica ressurreição do corpo? Essa mitológica ressurreição da carne já era polêmica desde que foi criada pelos teólogos, quando a humanidade ainda era quase totalmente analfabeta. Hoje, então, nem se fala!

O meu objetivo é defender a verdade. E quem a defende, mesmo sem querer, acaba condenando os erros religiosos e enveredando pelo espiritismo, que não é uma religião dogmática, mas científica, racional e mais em consonância com a Bíblia.

Por que será que as religiões cristãs dogmáticas não estudam os espíritos e têm até pavor de falar em espíritos? Não há religião sem fenômenos espíritas!

E será que elas ignoram a passagem bíblica (Hebreus 12:9), que diz que Deus é o Pai dos espíritos, isto é, o criador e o chefe deles?


Publicado no Jornal OTEMPO em 29/08/2011





domingo, 28 de agosto de 2011

A INFLUÊNCIA DA TV NO LAR - J. Raul Teixeira


Como você vê a influência da televisão no lar?

Raul – Na atualidade são poucas as emissoras e programações de televisão que apresentam material de boa qualidade educativa ou divertimentos saudáveis para quem os vê. Quando não é o noticiário tendencioso e escandaloso, é a violência que, como um vírus, penetra e adoece o organismo doméstico, acompanhado por algumas novelas que apresentam tanta “realidade”, que conseguem desequilibrar, transtornar os de mentalidade mais frágil. Urge adotemos uma postura analítica perante as programações.

O costume de dialogarem os esposos, pais e filhos, os irmãos entre si, discutindo esse ou aquele aspecto do que viram e ouviram, auxiliará, sobremaneira, a que se forme um critério seletivo, seja individual, seja da equipe familiar, quando se chegue a um consenso positivo.

Por outro lado, percebemos que os indivíduos que põem no ar a ganga intelectual em forma de programas e atrações, são os elementos das famílias perturbados em si mesmos, vaidosos ou de moralidade cediça, o que nos permite destacar a importância, ainda mais, da educação que a família pode oferecer.



sexta-feira, 26 de agosto de 2011

DO OUTRO LADO DA RUA - estória para reflexão de Richard Simonetti


Durante a existência Inteira morou em frente ao Centro Espírita.

Pelos anos afora observou o movimento de gente que entrava e saía - dirigentes colaboradores, simpatizantes, aprendizes, doentes, pobres...

Nas noites quentes de verão, sentado em confortável poltrona, na ampla varanda, ouvia ao longe a palavra de vibrantes oradores e impressionava-se com a lógica dos conceitos espíritas na definição dós problemas humanos... Chegara a proclamar-se adepto da Terceira Revelação!

E aquela gente que ali cooperava! Que dedicação! Quanto desprendimento! Em qualquer tempo, com chuva ou frio, sucediam-se. as equipes de trabalhadores na distribuição de alimentos, na visitação aos enfermos, no socorro aos desabrigados!

Mas nunca se decidiu a atravessar a rua, perdendo preciosas oportunidades de serviço e edificação... Espírita! - é preciso atravessar a rua!

Não nos acomodemos na poltrona da indiferença, a ouvir de longe os apelos da Espiritualidade!... No Centro Espírita está o nosso ensejo maior de participação como aprendizes e colaboradores... Fortalecê-lo com a nossa presença! Engrandecê-lo com o nosso trabalho! Sublimá-lo com a nossa dedicação! - eis as metas Intransferíveis se aspiramos a um futuro de bênçãos!

Façamos do Centro Espírita a nossa escola, a nossa oficina, o nosso templo, para que nunca tenhamos de ver nele o hospital, atormentados por males e frustrações que afligem os que não atravessaram a rua!



terça-feira, 23 de agosto de 2011

A RELIGIÃO VEM TOMANDO SENTIDO OPOSTO AO DE SUA ORIGEM - José Reis Chaves


A religião vem tomando sentido oposto ao de sua origem
É muito conhecida a origem da palavra religião. Atribui-se a santo Agostinho a sua criação, que se origina do verbo latino "religare" (religar), no sentido de ligar de novo a Deus o homem que Dele se afastou pelo pecado.
Para esse sábio santo católico, a religião é, pois, um meio de nos irmos aperfeiçoando espiritualmente até que, um dia, possamos chegar novamente a Deus e nos tornarmos, de fato, semelhantes a Ele.
Mas ao longo dos séculos, as religiões têm perdido esse significado, pois elas agora significam divisão. É que entrou na questão religiosa o nosso maior inimigo, ou seja, o ego, que está presente em tudo na nossa vida. Não foi, pois, à toa que o Nazareno nos disse que quem quiser ser seu discípulo tem que renunciar a si mesmo (Lucas 9:23).
A religião tem muito a ver com a verdade de cada um. E o que é verdade para um, nem sempre o é para outro. Por isso, digo que, para se encontrar o significado religioso mais próximo da verdade, temos que estudar todas as religiões, pelo menos as mais importantes.
Acontece que o ego, que é o nosso maior diabo ("diabolos", no grego bíblico, e adversário em português), nos faz não querer buscar a verdade, pois ficamos totalmente fechados para as ideias inovadoras, que nos poderiam levar à verdade verdadeira e libertadora. A ignorância é normal, mas é lamentável alguém querer se manter nela!
Mas o que de pior não faria o nosso ego? E é exatamente por causa dele que a religião, cada vez mais, vem adquirindo um significado totalmente diferente do seu original. Este, como vimos, é de nos religar a Deus, do qual nos afastamos pelas nossas faltas de desobediência dos dois principais mandamentos do decálogo, isto é, do amor a Deus sobre todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos.
No nível atual de evolução da humanidade, é frequente o conceito segundo o qual quanto mais nós formos religiosos, infelizmente, mais a nossa religião passa a ter o significado de separação e de desamor, quando não de ódio. E, assim, com um indivíduo muito religioso, geralmente o que ocorre é que ele tem seu ego bem aflorado, o que o deixa totalmente afastado do verdadeiro cristianismo, apesar de ele se incluir entre os que mais frequentam uma igreja ou um centro espírita.
De fato, quanto mais beatas são as pessoas, salvo raras exceções, mais são apegadas ao seu ego, mais são orgulhosas, fanáticas e discriminadoras dos que adotaram outra religião, não sendo poupadas nem as pessoas da sua própria fé, por não serem tão religiosas quanto elas o são. Não escapam de sua discriminação nem os próprios familiares.
Os líderes religiosos cristãos falham por, geralmente, não ensinarem seus fiéis a dominarem seu ego. Eles se preocupam em ficar exigindo dos fiéis apego às exterioridades da religião, como rituais, dízimos e doutrinas polêmicas, que em nada os ajudam a serem melhores cristãos.
Por isso, eles se tornam falsos cristãos, pois se transformam em fanáticos religiosos e, consequentemente, em discriminadores das pessoas de outras crenças. Conheço gente que briga até com padre, por ele não ser tão católico quanto elas o são.
Algumas pessoas seriam mais cristãs se não tivessem religião, que se torna um instrumento constante de desarmonia e de conflitos. É, às vezes, a religião se torna assim como uma droga na vida de uma pessoa!
E seria cômico, se não fosse tão trágico, que essas pessoas pensem que estão agindo em nome de Jesus e de Deus!


Publicado no Jornal OTEMPO em 22/08/2011
http://www.otempo.com.br/otempo/colunas/?IdColunaEdicao=16139






sábado, 20 de agosto de 2011

MORTE - visão espírita


Para espíritas, morte é comemoração da vida

Ao contrário do que o próprio nome diz, no Dia dos Finados, os espíritas comemoram a vida. A religião não vê a morte como um fim. Para o espiritismo a morte não existe, a verdadeira vida é a espiritual, explica Maria Túlia Bertoni, presidente da Federação espírita de Mato Grosso do Sul.
“A morte é a volta de onde viemos. Como acreditamos na reencarnação a vida é incessante. O corpo acaba aqui, o espírito volta para sua verdadeira vida e retorna quantas vezes forem necessárias até se tornar melhor”, diz.
O espiritismo não percebe a morte como o fim. Ninguém morre, no sentido de acabar, dentro da doutrina espírita, o espírito é eterno, é imortal. Na doutrina espírita o corpo é apenas um instrumento para o espírito.
“É a doutrina do túmulo vazio”, explica Bertoni. Tem-se o corpo físico, o corpo espiritual (o perispírito) e o espírito. Quando desencarnados, tem-se o corpo espiritual e o espírito.
Entretanto, Maria Túlia conta que apesar da doutrina não ver a morte como uma coisa ruim, eles sofrem a dor da separação. E por isso, mesmo a morte, ou melhor, a vida ser uma coisa boa, os espíritas sentem a perda do ente querido.
É o que a doutrina chama de apego. Embora se tenha conceitos bem delineados sobre a morte/vida, os sentimentos não respondem adequadamente a estes conceitos.
“A morte é uma passagem do plano físico para o plano espiritual, para uma nova existência, mais pulsante, mais bela”, aponta.
Maria Túlia explica que para eles a morte pode ser encarada por três parâmetros: o materialista, que acredita que quando se morre tudo acaba; o espiritualista, que acredita que existe uma alma; e o espírita, que acredita na reencarnação e na vida incessante.
Bertoni lembra que para o espírito se desenvolver é preciso que o ser humano desenvolva qualidades morais, de acordo com os ensinamentos de Jesus.
O espiritismo mostra que é preciso modificar a idéia acerca da vida, que não se resume na vida material, mas essencialmente na vida espiritual.
Por isso, no Dia dos Finados, os espíritas não têm o costume de visitar cemitérios. Não que isso seja proibido, mas não faz parte da cultura espírita. Na data, tradicionalmente, os espíritas preparam a Semana da Vida, onde celebram vida com orações, palestras e atividades nos centros espíritas.

Mayara Sá

CIRURGIAS ESPIRITUAIS NAS CASAS ESPÍRITAS - J. Raul Teixeira


Raul Teixeira: Quando falamos em cirurgias espirituais, temos que destacar aquilo que os Espíritos fazem e de que, muitas vezes, não temos consciência. Eles trabalham no campo do perispírito, utilizando-se dos recursos fluídicos do mundo espiritual e do poder mediúnico que a casa tem, em função do seu corpo de médiuns, e que nem ficamos sabendo. Quando passamos a saber, costumamos fazer em torno disso um verdadeiro carnaval. Então, surgem celeumas, discrepâncias, desentendimentos, jogos de interesse e cerimoniais plenamente desnecessários para o trabalho em questão.

Quando se tratar de cirurgias com utilização de instrumentos de perfuração ou corte, a casa espírita deverá todo cuidado possível porque essa não é a proposta da Doutrina Espírita. Com todo respeito devido aos médiuns curadores que utilizam as facas, canivetes, bisturis, serras, agulhas, etc, cumpre saibamos que não é essa a finalidade de um centro espírita, evitando, sempre que possível, semelhantes práticas em nossas instituições. Perfurações, cortes, extirpações de órgãos e tudo o mais nessa órbita são da alçada da medicina humana, e devemos respeito aos facultativos, respeito à ciência.

Temos à nossa disposição a fluidoterapia, que é uma forma de tratamento que os Espíritos nos ensinaram, conforme as referências de Allan Kardec, no cap. XIV, itens 32 e 33, de A Gênese, o que deve ser observado e realizado com profunda unção, identificando os princípios da fluidoterapia com as perfeitas leis da natureza.

Há, contudo, médiuns com possibilidade de realizar essas atividades de cura espiritual, sem que pertençam a centro espírita algum, mas quando pertencem, é comum haver muita indisciplina em torno desse tipo de atividade, porquanto são raros os dirigentes que não se põem extasiados diante dessa expressão mediúnica, passando a devotar aos médiuns uma perigosa veneração e por isso se sentem desencorajados de lhes chamar a atenção para a indispensável vigilância e a urgente renovação, enquanto atuam nos labores do bem ao próximo.

É muita gente que procura essa faceta mediúnica, é muita gente que a deseja e diversos são os médiuns que se dedicam a essa lida, mas que se sentem impossibilitados de vivenciar a disciplina que o Espiritismo propõe, e passam, em nome do exercício da caridade, a dedicar um tempo muito grande a essas práticas, deixando de lado o tempo precioso para os estudos indispensáveis para refletir em torno da sua própria atividade, para saber como atuam os Espíritos por seu intermédio, que objetivos têm eles ao se prestar a esse serviço; e por desconhecer o sentido da mediunidade para a vida dos médiuns, menosprezam os esforços da autorrenovação, conquanto se apoiem, quase sempre, numa visão distorcida do que seja a prática da caridade. Esse é um aspecto perigoso das práticas cirúrgicas nos centros espíritas. É certo que os Espíritos dedicados ao bem do próximo realizam verdadeiros prodígios sem que o saibamos. Outros dão-se a conhecer, mas investem recursos na melhoria íntima daqueles aos quais oferecem curas físicas, em nome do Senhor.

No Rio de Janeiro há instituições muito conhecidas que, como o Templo Espírita Tupyara, realizam respeitáveis trabalhos de tratamento de saúde física, que se tornaram dignos de confiança pelos resultados obtidos, em razão dos médiuns que lidam nesse labor serem instados às disciplinas e à boa conduta, para que possam merecer o auxílio dos Bons Espíritos. Realizam tratamentos cirúrgicos à distância sem que nenhum médium necessite furar ou cortar os pacientes. É comum que as pessoas sintam os resultados e as curas são realizadas, demonstrando, exatamente, aquilo que O Livro dos Médiuns nos ensina, ou seja, quando há mérito do enfermo e um médium em boas condições para a realização do fenômeno da cura, ela se dá.

Os indispensáveis cuidados que o centro espírita deverá ter são: primeiro, verificar se há médiuns com essas habilidades todas - que são raros - e, depois, que tipo de trabalho será chancelado pela instituição, em nome do Espiritismo. O tratamento da saúde alheia é algo de muita responsabilidade.




CESTAS BÁSICAS NA CASA ESPÍRITA - J. Raul Teixeira

Raul Teixeira: Quanto às cestas básicas, vestuários, remédios, médicos, etc., deveremos ter a nítida consciência de que fazemos isso por causa dos descompromissos das autoridades governamentais, a quem caberia tais providências. Precisamos ter a consciência de que esse não é o papel fundamental do centro espírita. Não será de bom alvitre abrir-se um Centro Espírita com essa finalidade, uma vez que o centro deve ser o educandário básico da mente popular.

Entretanto, com base no Evangelho de Jesus, se nos chega alguém padecendo fome, não adiantará fazer discursos bonitos e doutrinários para essa pessoa; ela precisa é de alimentação. Tem que se lhe dar comida. Se se aproxima alguém ao relento, desnudo, precisando de roupa, não adianta oferecer-lhe comida, será preciso dar-lhe uma peça de roupa. Por outro lado, se aparece em nossa instituição alguém doente, não valem discursos nem peças de roupa; há que se lhe providenciar um atendimento médico, seja num posto de saúde, seja num hospital para que seja devidamente tratado. Assim, atenderemos os nossos irmãos do caminho em função das carências que apresentem.

Não viveremos para dar cestas básicas ou roupas. Seria um trabalho de mera filantropia e nós, os espíritas, precisamos ter a consciência de que isto é o de menor importância na pauta de nosso trabalho. Torna-se por demais importante ensinar as pessoas a se conduzir no mundo, ensinar-lhes a viver... Ao lado de tudo o que o centro espírita possa ofertar, a importância maior recairá sobre aquilo que possamos dar de nós mesmos aos necessitados de quaisquer matizes. Muitas vezes somos hábeis na entrega de muitas "coisas" a necessitados, embora tenhamos muita dificuldade de abrir o coração às pessoas. Costumamos ficar sempre longe deles; não procuramos saber quem são, seus nomes, ou quais são as suas necessidades verdadeiras.

Os nossos irmãos necessitados não deverão ser transformados em números fichados, a fim de que os espíritas os utilizemos para sermos caridosos, às custas da exibição da miséria ou das carências deles. O aprendizado espírita nos faz compreender que são, todos, nossos irmãos, são os filhos e as filhas do calvário. Por isso é que todos os trabalhos desenvolvidos pelo centro espírita devem ser bem pensados, devem ter um porquê, precisam ter um sentido, uma razão de ser, a fim de que não percamos tempo realizando atividades que podem ser comparadas às de quem enxuga gelo.

Jamais deveremos fazer algo somente por fazer, sem que haja um sério e espiritual objetivo nessa realização.





RECEITUÁRIOS NAS CASAS ESPÍRITAS - J. Raul Teixeira


Raul Teixeira: Quanto aos receituários, os Espíritos (segundo O Livro dos Médiuns) trabalham com o laboratório do mundo invisível. Diz Allan Kardec que os Espíritos não têm nenhuma pretensão de competir com os farmacêuticos e inventores de reconstituintes da Terra (O Livro dos Médiuns, cap. VIII, questão 13.ª, nota de Kardec), o que nos permite entender que o trabalho de lidar com as dificuldades da saúde humana, de tratá-la e medicá-la pertence à humana medicina.
O receituário mediúnico não deveria ser uma coisa realizada sem sentido, aberta ou escancarada, em que as pessoas com indisposição para ir ao médico, ou as que não desejam enfrentar as filas dos institutos de previdência, ou as que se valem dos motivos mais banais se alistam, por comodidade, no rol dos necessitados e vão ao centro espírita para que os Espíritos as mediquem. Naturalmente, os Espíritos não se negam a dar uma orientação, desde que haja razão de ser no pedido, restando saber se o centro espírita dispõe de um médium receitista conforme manda o figurino, ou se serão pessoas receitando placebos para enganar a boa fé dos consulentes, enquanto as reais enfermidades se vão agravando.

O fato de um médium ser psicógrafo não significa que ele tenha que ser um médium receitista. O receituário mediúnico é uma especialização que pode ser através da psicografia, da psicofonia, da inspiração ou da intuição. Não nos cabe, apenas por querer imitar outros grupos e instituições, "inventar" um médium receitista para atrair multidões, pois não é essa a função dessa expressão mediúnica. As consequências dessa "invenção" costumam ser muito danosas, muito dolorosas mesmo.

Quando se descobre que no centro espírita há médiuns com essa habilidade para o receituário mediúnico, aqueles que conseguem estabelecer contato psíquico com médicos desencarnados em prol dos necessitados humanos, então se deverá providenciar uma reunião para esse mister. O trabalho do médium Chico Xavier nesse caso é um exemplo muito interessante, pois se realizava uma reunião de estudos doutrinários, com os comentários dos participantes, enquanto o médium receitista, no caso, o próprio Chico, era situado numa outra sala, com a ajuda de um auxiliar, a fim de atender às solicitações que lhe chegavam, com os mais variados tipos de solicitação. No caso, deverão ser selecionados os pedidos de orientação para os casos de saúde. As leituras, estudos e comentários ajudarão a criar e a manter o clima de salutar vibração para que o receitista possa atender ao seu compromisso.

Essas atividades de receituário devem ser muito bem pensadas, para que não modifiquemos a proposta da doutrina espírita, em nome de um suposto movimento de caridade. É importante que não desenvolvamos uma ação de "descaridade" para com o Espiritismo, em nome da caridade.

A coordenação dos trabalhos doutrinários do centro espírita deverá persuadir, caso seja necessário, o médium a participar das reuniões de estudos, para que ele não se apresente como um livre atirador, nem fique à mercê dos inimigos desencarnados de todos os que, embora se dediquem ao bem, mostram-se relapsos ou negligentes com suas responsabilidades pessoais. Os médiuns, quaisquer que sejam, não podem visitar o centro espírita somente nos dias de reuniões mediúnicas, alegando não ter mais tempo para as demais atividades da instituição. Se não participa dos estudos, se não desenvolve disciplinas e se não participa de uma obra social em que teria chance de pôr em prática o seu discurso teórico, o resultado será o envolvimento na má inspiração, em razão da fuga deliberada da sintonia dos bons Espíritos. Esses são cuidados cabíveis a uma instituição espírita dinâmica e responsável.






sexta-feira, 19 de agosto de 2011

PARA MINISTRAR UM PASSE A PESSOA DEVE ESTAR MEDIUNIZADA? - Divaldo Franco



O que é o passe? Para ministrar um passe a pessoa deve estar mediunizada? Que você pensa do passe magnético?


Divaldo - O passe significa, no capítulo da troca de energias, o que a transfusão de sangue representa para a permuta das hemácias, ajudando o aparelho circulatório. O passe é essa doação de energias que nós colocamos ao alcance dos que se encontram com deficiências, de modo que eles possam ter seus centros vitais reestimulados e, em conseqüência disso, recobrem o equilíbrio ou a saúde, se for o caso.
O passe magnético tem uma técnica especial, conhecida por todos aqueles que leram alguma coisa sobre o mesmerismo.
É transfusão da energia do doador, do agente.
O passe que nós aplicamos, nos Centros Espíritas, decorre da sintonia com os Espíritos Superiores, o que convém considerar sintonia mental, não uma vinculação para a incorporação.
O passe deve ser sempre dado em estado de lucidez e absoluta tranqüilidade, no qual o passista se encontre com saúde e com perfeito tirocínio, a fim de que possa atuar na condição de agente, não como paciente. Então, acreditamos que os passes praticados sob a ação de uma incorporação propiciam resultados menos valiosos, porque, enquanto o médium está em transe, ele sofre um desgaste. Aplicando passe, ele sofre outro desgaste, então experimenta uma despesa dupla.
Os espíritos, para ajudarem, principalmente no socorro pelo passe, não necessitam, compulsoriamente, de retirar o fluido do médium, nele incorporando. Podem manipular, extrair energia, sem o desgastar, não sendo, pois, necessário o transe.




quarta-feira, 17 de agosto de 2011

POR QUE POUCA LUZ NA SALA DE PASSE? - Divaldo Franco



Por que nas salas apropriadas ao passe magnético a claridade não se faz presente, senão através de lâmpadas coloridas?

Divaldo - Em face da irradiação dos raios caloríferos que consomem os fluidos, é conveniente manter-se um ambiente de penumbra, quando da aplicação dos passes, evitando-se, quanto possível, a exposição também de lâmpadas coloridas, no pressuposto de realizar-se ação cromoterapêutica.




domingo, 14 de agosto de 2011

COMO MELHORAR A QUALIDADE DO ENSINO ESPÍRITA? - J. Raul Teixeira


P: - Como poderemos aprimorar a qualidade do ensino espírita, para que o conhecimento produza os frutos que se espera?

R: - Melhorando o nível de conhecimento dos instrutores, dos pregadores, dos professores, daqueles que, enfim, se apresentam ou são convidados para o labor de ensinar. Enquanto tivermos uma massa de companheiros pouco interessada nos fundamentos da Codificação Kardequiana, desconhecedora das reflexões dos livros clássicos do Espiritismo e com pouca disposição para os estudos, claro é que a qualidade do ensino espírita tenderá a decair sempre mais.

Ninguém poderá desejar viver uma proposta doutrinária que, por seu turno, ignora. Não se concebe alguém que se disponha a 'vestir a camisa' de uma doutrina sobre a qual jamais reflexionou.



terça-feira, 9 de agosto de 2011

COMO INTERPRETAR O ANTI-CRISTO? - Emmanuel


Podemos simbolizar como Anticristo o conjunto das forças que operam contra o Evangelho, na Terra e nas esferas vizinhas do homem, mas, não devemos figurar nesse Anticristo um poder absoluto e definitivo que pudesse neutralizar a ação de Jesus, porquanto, com tal suposição, negaríamos a previdência e a bondade infinita de Deus.

Do livro: O Consolador, questão 291




domingo, 7 de agosto de 2011

O ÁLCOOL E SEUS MALEFÍCIOS


Içami Tiba, conhecido e respeitado psiquiatra paulista, defende a tese de que o álcool é, sem dúvida, a porta de entrada para a maconha e outras drogas consideradas mais pesadas. O jovem que pensava em experimentar a maconha, mas não tinha coragem, passa a tê-la quando ingere bebida alcoólica.

Essa idéia, que é abonada por diversos especialistas, acrescenta aos malefícios causados pelo álcool mais um item na sua imensa lista de inconveniências. E um item importante, dados os problemas que o consumo das drogas tem produzido na sociedade moderna.

No meio espírita sabe-se, já faz tempo, da relação que existe entre o consumo de álcool e a obsessão.

No capítulo de abertura do livro Diálogo dos Vivos, obra publicada em 1974, Herculano Pires escreveu:

“A obsessão mundial pelo álcool, no plano humano, corresponde a um quadro apavorante de vampirismo no plano espiritual. A medicina atual ainda reluta – e infelizmente nos seus setores mais ligados ao assunto, que são os da psicoterapia – em aceitar a tese espírita da obsessão. Mas as pesquisas parapsicológicas já revelaram, nos maiores centros culturais do mundo, a realidade da obsessão. De Rhine, Wickland, Pratt, nos Estados Unidos, a Soal, Carrington, Price, na Inglaterra, até a outros parapsicólogos materialistas, a descoberta do vampirismo se processou em cadeia. Todos os parapsicólogos verdadeiros, de renome científico e não marcados pela obsessão do sectarismo religioso, proclamam hoje a realidade das influências mentais entre as criaturas humanas, e entre estas e as mentes desencarnadas”.

O fato é de fácil compreensão. A dependência do álcool prossegue além-túmulo e, como o Espírito não pode obtê-lo no local em que agora reside, o chamado plano extrafísico, ele só consegue satisfazer a sua compulsão pela bebida associando-se a um encarnado que beba, o que tem sido confirmado por vários autores, como André Luiz e Cornélio Pires.

Este último, na mesma obra acima citada, disse a um amigo, que o consultou sobre o tema, que “cachaça, meu caro João, recorda simples tomada que liga na obsessão”. E, finalizando sua resposta vazada em versos, reafirmou: “Eis no Além o que se vê, seja a pinga como for, enfeitada ou caipira, é laço de obsessor”.

Ora, se o álcool favorece o processo obsessivo, não é difícil entender por que o psiquiatra paulista entende que pode ele dar início ao consumo de drogas mais pesadas, que podem matar ainda mais rapidamente que o álcool, como é o caso do crack e da cocaína. Dizemos “mais rapidamente”, porque, ninguém ignora, todas matam, mais cedo ou mais tarde.


http://www.oconsolador.com.br/31/editorial.html



sábado, 6 de agosto de 2011

CREMAÇÃO - Richard Simonetti

Quando desencarnamos podemos ficar preso ao corpo durante algum tempo, em alguns casos por muito tempo (me corrija se estiver errado). O que acontece quando o corpo é cremado antes do espírito se desprender do corpo ? Quais as sensações que o espírito pode perceber?

A sua afirmação acima está correta. O espírito pode ficar preso ao corpo durante um tempo relativamente longo. É por isso que Emmanuel aconselhou que haja espera de 72 horas para a cremação. Entretanto, acreditamos que um espírito cujo corpo vai ser cremado, é desligado, talvez de forma violenta, mas não será queimado, mesmo que fique preso.

Ele poderá sim, ter um choque emocional muito forte e passar muito medo, especialmente se em vida acreditava no inferno. Mas pense bem, enterrar o corpo é também algo horrível se o espírito permanecer preso a ele. A putrefação do corpo, os vermes devorando a carne putrefata, é também angustiante para o espírito. Entretanto devemos lembrar que o perispírito está em outra faixa vibratória, e que em circunstâncias normais não deve ser afetado, quer pela decomposição, quer pela cremação.

Sofrem mais os espíritos muito apegados à matéria, os sensuais, os que se agarram aos prazeres da vida. Mas respondendo objetivamente, acreditamos que não são sensações físicas, e sim emocionais, morais.




sexta-feira, 5 de agosto de 2011

QUE TIPO DE ESPÍRITA É VOCÊ?



Em diferentes obras, Kardec dedicou-se a definir e caracterizar os espíritas de acordo com a forma com que lidam com o conhecimento doutrinário que lhes chega ao coração.

Em O Livro dos Espíritos(1), ao apresentar o Espiritismo em seus três aspectos, o Codificador classifica os espíritas em três graus: os que crêem nas manifestações e as comprovam, sendo, portanto, experimentadores; os que percebem as conseqüências morais dessa experimentação e os que praticam ou se esforçam por praticar essa moral. Seguindo a mesma linha de raciocínio, em O Livro dos Médiuns(2), ele propõe uma nomenclatura para cada tipo de adepto, a saber.
* Os que crêem nas manifestações: espíritas experimentadores. Só se importam com os fenômenos e sua explicação científica.

* Os que, além dos fatos, compreendem as conseqüências morais, mas não as colocam em prática: espíritas imperfeitos, que não abrem mão de ser como são.

* Aqueles que praticam a moral espírita e aceitam todas as suas conseqüências: os verdadeiros espíritas ou espíritas cristãos, apresentando duas características básicas: a caridade como regra de proceder e, pela compreensão dos objetivos da existência terrestre, o esforço "por fazer o bem e coibir seus mau pendores"(3)

* Os demasiadamente confiantes em tudo o que se refere ao mundo invisível, aceitando sem verificação ou reflexão todos os conteúdos que lhes chegam ás mãos: espíritas exaltados. Este tipo de adeptos é mais nocivo que útil à causa espírita.

Infelizmente o que o Movimento Espírita nos apresenta, nos dias atuais, é quadro ainda bastante distante do ideal imaginado pelo Codificador do Espiritismo. Diante da nossa experiência nas casas espíritas, podemos afirmar, sem medo de errar, que a maior parte dos seus frequentadores gravitam entre os tipos 2 (imperfeitos) e 4 (exaltados), considerando obviamente apenas os que se dizem Espíritas.

Há poucos do tipo 1 (experimentadores) e a explicação está no direcionamento religioso que o Movimento tem no Brasil, muitas vezes bloqueando pesquisas importantes sob a desculpa destas serem fruto de mera curiosidade. Esquecem que foi justamente esta curiosidade que direcionou a Humanidade a todas as suas descobertas no campo científico. Importante adicionar a esta observação que o ideal sempre será que estas pesquisas venham da própria comunidade acadêmica, que dará credibilidade e isenção aos resultados.

Movendo finalmente o foco para o tipo ideal descrito por Kardec, o tipo 3 (cristãos) observamos que este é o mais escasso de todos, entretanto o mais atuante e o que faz a grande diferença dentro do contexto brasileiro, um país cheio de desigualdades sociais. Lembro de entrevista com o Marcel Souto Maior, ainda na época do lançamento da primeira edição da biografia de Chico Xavier, quando ele comentava que antes de conhecer o Movimento Espírita, achava o assistencialismo um erro, mas ao ver o trabalho “formiguinha” que milhares de casas espíritas realizam em todo o país, reconheceu que há sim um grande valor neste trabalho. Basta imaginar o impacto social que teríamos se todo esse esforço no bem, aos mais necessitados, cessasse de repente. Sem contar ainda o imenso benefício que os trabalhos sérios no campo da desobsessão realizam tanto para os pacientes encarnados quanto para a população de desencarnados que afluem para os centros espíritas em desajuste espiritual.

Este é o estado atual da Humanidade, a maioria de nós ainda encontra-se em uma espécie de “adolescência espiritual”, cheios de si, cheios de “verdades”, mas incapazes de resistir a um chamado dos prazeres fátuos que a vida material nos oferece. Tempos se aproximam em que a minoria tornar-se-á maioria, que a madureza direcionará o Espírito Humano em direções regeneradoras. Cada movimento e grupo de trabalho que hoje se organiza na Terra, objetivando o estudo da natureza sutil do universo, e que usa esses conhecimentos para o crescimento moral de todos é agente do Alto neste processo de transição.

A pergunta que fica então é: “QUE TIPO DE ESPÍRITA É VOCÊ HOJE?”


http://oespirito.wordpress.com/2010/05/02/que-tipo-de-espirita-e-voce/






É A REENCARNAÇÃO UM ESTÍMULO À PREGUIÇA? - Ricardo Di Bernardi


(Adiam-se os compromissos para a próxima vida)
Umas das objeções freqüentemente apresentadas à tese reencarnacionista é a suposição de que as pessoas ao aceitarem a pluralidade das existências possam se tornar acomodadas com relação à sua transformação interior. O fato de admitirem novas oportunidades lhes inibiria o impulso ao progresso espiritual. A responsabilidade podendo ser adiada levaria os seres humanos, falhos por natureza, a transferirem para outras vidas os deveres que se apresentassem na romagem atual.
Consideram, alguns críticos, que a existência de uma só vida, ou seja, a unicidade ao invés da pluralidade das existências, não permitiria este estímulo à preguiça espiritual. Dizem-nos que não há como postergar para amanhã o que se pode fazer hoje, apenas hoje.
Esta objeção é comumente mencionada ao dialogarmos com adeptos de determinadas confissões religiosas. Raciocinemos comparativamente, colocando as duas teses opostas lado a lado.
Pela crença na vida única, considerando a existência da alma e a sobrevivência da mesma após a morte biológica, haveria duas hipóteses no que concerne à destinação das criaturas. Ou seriam “salvas” ou estariam “condenadas” a uma punição eterna ou extremamente longa até ao chamado “ dia do juízo final ” .
Para os religiosos que assim pensam, a salvação estaria disponível até o último suspiro da existência terrena. Sempre haveria tampo do “pecador” se arrepender de seus atos e “aceitar” Jesus no último instante, passando a ser digno das recompensas futuras e eternas independentemente de erros anteriores.
Pela ótica da tese reencarnacionista o que nesta vida estamos semeando, passaremos a colher no futuro, e não só nesta existência, como também, nas vidas posteriores.
A responsabilidade pelos nossos atos torna-se muito maior, já que não há uma idéia salvacionista, porém uma concepção de evolução e colheita obrigatória. Não há, portanto, espaço para qualquer postura de acomodação ou preguiça.
Se nos propusermos realmente a examinar, de forma imparcial e desapaixonada ambas as hipóteses, parecer-nos-á bastante claro que a pluralidade das existências, ao contrário da concepção da vida única, exige muito amor e conscientização de nossas imperfeições a serem corrigidas.
Ao invés de transferirmos a responsabilidade para outros que atuariam como representantes da divindade, ou esperarmos um perdão milagroso que apaga as nódoas da maldade mais encardidas e repugnantes, fruto de atos vis de nosso espírito, há um estímulo constante para nos reformarmos intimamente rumo à sabedoria e ao amor universal.
A concepção reencarnacionista ensina que não existe a “salvação” existe a evolução. Não há almas “condenadas” mas transitoriamente enfermas. A mensagem cristã de “ nenhuma das ovelhas se perderá”, ajusta-se plenamente na tese da pluralidade das existências dando oportunidade a que todos atinjam a felicidade. Permite atribuir facilmente a Deus a totalidade do amor e justiça.
No entanto, apesar do destino último de todas as criaturas após inúmeras reencarnações ser um destino perfeito, estamos sujeitos a cada momento às dolorosas conseqüências de nossos desatinos não existindo milagres salvacionistas que nos levem preguiçosamente a um paraíso, independentemente de uma vida pouco útil ou perniciosa ao próximo.







DEUS NÃO PERDOA - José Reis Chaves


A frase "Deus não perdoa" parece estranha, à primeira vista. Mas, como veremos, de fato Deus não perdoa, pois só perdoa quem é ofendido. E ninguém consegue ofender a Deus, pois Ele é um ser infinito, e que, por isso mesmo, jamais poderia ser atingido ou molestado por nós, seres finitos, limitados. Se pudéssemos ser capazes de prejudicarmos Deus, não seria Ele Deus.
Com efeito, só um outro ser infinito - outro Deus - poderia ofender a Deus. E, ao admitirmos essa hipótese, estaríamos enveredando-nos pelo caminho do Politeísmo, ou seja, o da doutrina que aceita mais de um Deus.
Destarte, podemos afirmar que o chamado pecado, de que falam as religiões, está para as Leis de Deus, assim como o crime está para as Leis dos Homens. Note-se que nem Deus nem a autoridade civil sofrem, pois, quando cometemos um pecado, estamos praticando uma ação que infringe as Leis de Deus, do mesmo modo que infringimos as leis humanas, quando praticamos um crime. Entretanto, em ambos os casos - pecados e crimes - sempre quem sofre as conseqüências deles, direta ou indiretamente, são as suas vítimas, que são, também, inclusive, os próprios autores desses atos, pois um infrator das Leis - quer sejam elas divinas ou humanas - está sujeito a problemas e a penas. Realmente, o responsável por um pecado ou crime sempre sofrerá, também, as conseqüências dos seus atos, podendo ser ele, inclusive, o único prejudicado diretamente, como no caso de suicídio ou tentativa de suicídio.
E continuemos as nossas elucubrações sobre esta matéria: Deus não perdoa.
Alguém poderia objetar dizendo que a Bíblia afirma o contrário disso. E é verdade. Porém, não podemos interpretar tudo que ela diz, literalmente. São Paulo até nos advertiu dizendo que a letra mata. E a Bíblia teria mesmo que falar que Deus perdoa, para que O tivéssemos como sendo o nosso modelo de bondade e de amor, além do que as pessoas daqueles longínquos tempos somente poderiam entender esse tipo de linguagem.
Na verdade, entretanto, Deus é inofendível. E o que tem esse estado de inofendibilidade, nada tem que perdoar, pois só perdoa quem é ofendido. E é para esse estado que estamos caminhando, à proporção que, espiritualmente, vamos evoluindo.
No final da vida de Gandhi, essa grande alma de escol indiana, perguntaram-lhe se ele perdoou todos os seus inimigos. E ele respondeu que não perdoou ninguém, pois que ninguém o havia ofendido.
E eis algumas das muitas máximas conhecidas do Homem de Nazaré, que nos deixam clara essa questão de quem já está na fase de inofendibilidade: "Se alguém tomar-lhe a capa, dê-lhe, também, a túnica." "Se alguém lhe bater numa das faces, apresente-lhe a outra". "Se alguém obrigá-lo a andar uma milha, ande duas". E esta última: "Não resistais ao maligno". Ora, se nós, com nossa perfeição relativa, podemos atingir esse estado de inofendíveis, e, conseqüentemente, de não termos que perdoar, com mais razão, com sua perfeição absoluta, Deus não perdoa!





terça-feira, 2 de agosto de 2011

QUAL A FINALIDADE DA MEDIUNIDADE NA TERRA? - Divaldo Franco



A mediunidade é, antes de tudo, uma oportunidade de servir. Bênção de Deus, que faculta manter o contato com a vida espiritual. Graças ao intercâmbio, podemos ter aqui, não apenas a certeza da sobrevivência da vida após a morte, mas também o equilíbrio para resgatarmos com proficiência os débitos adquiridos nas encarnações anteriores. E graças à mediunidade que o homem tem a antevisão do seu futuro espiritual, e, ao mesmo tempo, o relato daqueles que o precederam na viagem de volta à Erraticidade, trazendo-lhe informes de segurança, diretrizes de equilíbrio e a oportunidade de refazer o caminho pelas lições que ele absorve do contato mantido com os desencarnados.
Assim, a mediunidade tem uma finalidade de alta importância, porque é graças a ela que o homem se conscientiza das suas responsabilidades de espírito imortal. Conforme afirmava o Apóstolo Paulo, se não houvesse a ressurreição do Cristo, para nos trazer a certeza da vida espiritual, de nada valeria a mensagem que Ele nos deu.





HÁ MEDIUNIDADES MAIS IMPORTANTES QUE OUTRAS? - J. Raul Teixeira


Verdadeiramente não pode haver mediunidades mais importantes que outras, nem médiuns mais fortes do que outros. Existem médiuns e mediunidades. Segundo Paulo de Tarso, existem os "dons" e ele se refere à visão, à audição, à cura, à palavra, ao ensino, mas disse que um só é o Senhor’. Eles provêm da mesma fonte. Os indivíduos que psicografam, que psicofonizam, que materializam, poderão todos realizar um trabalho apostolar, na realidade em que se encontram.
Não é o número de possibilidades que dá importância ao médium. O que engrandece espiritualmente o médium é aquilo que ele faz com os dons que possua. Verificamos que a importância do médium se localiza na honra que tem de poder servir.
Não existem médiuns mais fortes que outros, na Doutrina Espírita, mas, sim, os que são mais dedicados que outros, mais afervorados que outros, que estão renunciando à matéria e efetuando o esforço do auto-aprimoramento mais que outros. Isso ocorre. E é esse esforço para algo mais alto que confere ao médium, ou a outro servidor qualquer, melhores condições de estar à frente na lide. Mas isso não significa que o que venha na retaguarda não poderá alcançá-lo, realizando os mesmos esforços.
Conversando, oportunamente, com um grupo de amigos, o nosso venerável Chico Xavier dizia para os companheiros que o questionavam que o dia em que não chora, não viveu. Depreendemos disso que quanto mais se alteia a mediunidade, colocando aquele que dela é portador numa posição de destaque, numa posição de claridade, naturalmente, os que não desejam a luz mais atirarão pedras à “lâmpada”, tentando quebrá-la, quando não desejam derrubar o “poste” que a sustenta.
Daí, o médium mais importante ser aquele que mais disposto esteja para enfrentar essas Lutas em nome do Cristo, Médium de Deus por excelência, e o mais importante Senhor da mediunidade que conhecemos.
Não caberá nenhum desânimo a nenhum de nós outros que ainda nos localizamos numa faixa singela de mediunidade, galgando os primeiros passos. Isto porque já ouvimos companheiros que gostariam de receber mensagens como o Chico recebe, desejariam receber obras daquele talante, desejariam ser médiuns da envergadura desse ou daquele companheiro que se projeta na sociedade, mas desconhecem a cota de sacrifícios diários, de lutas, de lágrimas, de renúncias a que eles têm de se predispor e se dispor. Por isso, em Espiritismo, não há médiuns superiores a outros, nem mediunidades mais importantes que outras; existem oportunidades para que todos nós tomemos a charrua da evolução sem olharmos para trás, crescendo sempre.
1 - Paulo, 1ª Epístola aos Coríntios, capítulo 12º, versículos 1 a 11